A Parvovirose canina é uma doença contagiosa que mata
centenas de cães todos os anos.
Saber como ela ocorre, seus sinais clínicos, seus métodos de
prevenção e seu tratamento são os primeiros passos para ajudar o seu animal a
não contrair a doença. Então, conheça um pouco mais sobre ela e sua
prevenção.
O que é parvovirose canina?
É uma doença transmitida através de vírus, que pode ser
passada a outros cães através do contato com as fezes.
A parvovirose canina é uma doença aguda e
contagiosa, transmitida através do vírus chamado parvovírus.
O contágio acontece por meio do contato do cão com fezes
contaminadas. Não é preciso nem que o animal ingira diretamente as fezes, o
simples ato de lamber (por exemplo a pata) algo que tenha entrado em contato já
transmite a doença. O problema atinge cachorros de qualquer idade, os
quais também podem transmiti-lo, no entanto filhotes de até 20 semanas possuem
maiores chances, já que seus sistemas imunológicos são mais sensíveis, além de
que os pequeninos são mais curiosos.
Sintomas da parvovirose canina:
Vômito, letargia, anorexia, grande perda de peso, febre (em
alguns casos) e diarreia com sangue são os principais sintomas.
Após quatro a cinco dias da infecção, os sintomas da doença
começam a se manifestar, quando o vírus chega na corrente sanguínea e atinge o
intestino e a medula óssea, resultando em depressão, diarreia profusa com
sangue, letargia, anorexia, perda de peso e vômitos.
O vômito é um dos primeiros indícios da doença e, como pode estar relacionado a diversos problemas, os proprietários em geral acabam postergando a ajuda médica, fazendo com que a doença se propague ainda mais. Aos primeiros sintomas, leve o seu cachorro ao veterinário para que faça o diagnóstico e inicie o tratamento o mais rápido possível.
A febre é um sintoma que não ocorre em todos os cães, mas
pode chegar à temperatura de 41ºC, seguida de desidratação. É importante
salientar que existem casos de hipotermia ao invés de febre.
A desidratação deprime muito a condição geral, visto que todo o metabolismo fica comprometido. O animal perde a capacidade de absorver nutrientes, tais como proteínas, açúcares, gorduras e minerais, além de perder água, que é de vital importância.
A desidratação deprime muito a condição geral, visto que todo o metabolismo fica comprometido. O animal perde a capacidade de absorver nutrientes, tais como proteínas, açúcares, gorduras e minerais, além de perder água, que é de vital importância.
Pode ocorrer anemia, devido à perda de sangue, com palidez
das mucosas, que normalmente são rosadas, evoluindo para uma coloração mais
esbranquiçada.
Além disso, pode ocorrer uma infecção bacteriana generalizada, pois as lesões que o vírus causa no intestino facilitam a entrada desses agentes infecciosos e sua consequente disseminação por via circulatória. Isso ocasiona focos de infecção em outros órgãos importantes, como o coração, por exemplo. Não é raro encontrar-se esse tipo de lesão nas paredes cardíacas, durante a necropsia.
Raças como os Rottweilers e Dobermanns possuem notadamente
uma sensibilidade maior à ação do parvovírus canino, desenvolvendo um quadro
clínico ainda mais grave e acentuado.
Existem outras enfermidades que acometem os cães que podem
ser confundidas com a parvovirose, cursando com quadro gastrentérico grave,
tais como algumas verminoses, clostridioses, salmoneloses, hepatites e
cinomose.
Somente o médico veterinário pode efetuar o diagnóstico de
forma precisa e instaurar o tratamento correto para seu animalzinho, portanto,
evite opiniões alheias e procure um profissional de confiança quando da
suspeita de alguma doença.
Tratamento da parvovirose canina
É necessário isolar o animal para evitar o contágio de
outros indivíduos e, se possível, realizar o internamento clínico. O risco de
morte é grande, os cuidados necessários são constantes e podem levar dias.
A identificação da doença pode ser sugerida por um exame de
sangue (por meio dos quais são analisados os níveis de células de defesa -
glóbulos brancos) e a maioria dos casos exige a internação devido ao alto
grau de desidratação do animal, que só é revertida com a administração de
fluidos e eletrólitos para reposição das perdas e manutenção da condição
orgânica. Em casos mais graves, deve ser realizada a utilização de expansores
plasmáticos para se evitar o choque hipovolêmico. Além disso, é instaurada
antibioticoterapia e administração de fármacos antieméticos, no intuito de se
evitar episódios de vômito, que debilitam ainda mais o animal.
Durante todo o tratamento, o animal não se alimenta, devido
à perda do apetite, e o retorno à alimentação deve ser feito de forma
gradativa, com dieta especial como, por exemplo, as rações de linhas de
prescrição, que possuem uma absorção mais eficaz e auxiliam na convalescência.
recuperando-se de todos esses agravantes e voltando a ter
imunidade, o cão volta a se desenvolver, porém pode ocorrer um atraso no
crescimento e o aparecimento de algumas sequelas, as quais devem ser
controladas geralmente por via nutricional. Muito raros são os casos em que o
animal obtém a cura sem o tratamento adequado.
O resultado do tratamento depende muito do estado
imunológico do cão, bem como do estágio ao qual a doença avançou e do tempo
decorrido até que a ajuda médica tenha sido procurada. Só o medico
veterinário está habilitado para realizar os procedimentos, portanto
consulte sempre a opinião de um profissional antes de administrar quaisquer
medicamentos ao seu animalzinho!
Como prevenir a parvovirose canina
As duas melhores maneiras de prevenir a doença são:
higienização e vacinação.
1. Limpeza de ambientes infectados
Limpe com água sanitária o local afetado para não infectar
outros cães.
Caso saiba de algum foco de doença na região, a limpeza do
local deve ser feita imediatamente, já que o vírus é capaz de ficar alojado
durante meses no mesmo lugar.
Desinfetantes comuns podem não acabar com o parvovírus
devido à sua resistência, então o mais indicado é usar água sanitária diluída
numa proporção de 1:32 (4 colheres de sopa para uma garrafa Pet de 2 litros). O
produto deve ficar sobre o local infectado durante 20 minutos antes de ser
enxaguado. Além disso, existem outros produtos comerciais eficazes no combate à
contaminação ambiental. Informe-se sobre eles com o seu médico veterinário de
confiança.
2. Vacinação preventiva
A vacinação é a mais eficaz das medidas de prevenção, mas
não elimina os riscos por completo.
No caso da parvovirose canina, devem ser ministradas 4 doses
iniciais da vacina, com intervalos de 3 a 4 semanas entre cada administração.
Após terminado esse protocolo, deve ser realizado umreforço
anualmente, ou segundo o critério que o médico veterinário adotar. É importante
esse procedimento, visto que, durante os primeiros meses de vida, o animal
possui um sistema imunológico dependente, quase que exclusivamente, dos
anticorpos maternos adquiridos via colostro, assim, há um período em que o
filhote é muito suscetível a doenças, enquanto a vacina não faz total efeito.
É importante se informar com o veterinário sobre o período
exato em que se devem ter cuidados redobrados com o animal e administrar a
vacina, pois esse tempo pode variar de acordo com a raça e pode durar de 6 a 20
semanas.
Obviamente, além desses métodos de prevenção, isolar o
animal de outro que esteja infectado com a doença e fazer um acompanhamento
médico a partir de qualquer contato que ele tenha com um animal infectado são
essenciais para ajudar seu animal de estimação.
A parvovirose canina é uma doença com alta morbidade e em 80
a 85% dos casos leva à morte. Só você pode ajudar o seu cãozinho, prevenindo o
contato com o parvovírus e tomando os cuidados necessários caso o seu pet
esteja com os sinais clínicos da doença.
Até o momento, não foram relatados casos de contaminação da
doença em humanos ou outros animais, sendo um risco exclusivo para cães.
O acompanhamento médico regular é essencial para garantir a
boa saúde de um animal e evitar a manifestação de diversas doenças. Vá sempre a
um veterinário de confiança.
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