sexta-feira, 4 de março de 2016

Parvovirose canina: cuidados, sintomas e tratamento


A Parvovirose canina é uma doença contagiosa que mata centenas de cães todos os anos.


Saber como ela ocorre, seus sinais clínicos, seus métodos de prevenção e seu tratamento são os primeiros passos para ajudar o seu animal a não contrair a doença. Então, conheça um pouco mais sobre ela e sua prevenção.

O que é parvovirose canina?

É uma doença transmitida através de vírus, que pode ser passada a outros cães através do contato com as fezes.
A parvovirose canina é uma doença aguda e contagiosa, transmitida através do vírus chamado parvovírus.

O contágio acontece por meio do contato do cão com fezes contaminadas. Não é preciso nem que o animal ingira diretamente as fezes, o simples ato de lamber (por exemplo a pata) algo que tenha entrado em contato já transmite a doença. O problema atinge cachorros de qualquer idade, os quais também podem transmiti-lo, no entanto filhotes de até 20 semanas possuem maiores chances, já que seus sistemas imunológicos são mais sensíveis, além de que os pequeninos são mais curiosos.

Sintomas da parvovirose canina:

Vômito, letargia, anorexia, grande perda de peso, febre (em alguns casos) e diarreia com sangue são os principais sintomas.
Após quatro a cinco dias da infecção, os sintomas da doença começam a se manifestar, quando o vírus chega na corrente sanguínea e atinge o intestino e a medula óssea, resultando em depressão, diarreia profusa com sangue, letargia, anorexia, perda de peso e vômitos. 

O vômito é um dos primeiros indícios da doença e, como pode estar relacionado a diversos problemas, os proprietários em geral acabam postergando a ajuda médica, fazendo com que a doença se propague ainda mais. Aos primeiros sintomas, leve o seu cachorro ao veterinário para que faça o diagnóstico e inicie o tratamento o mais rápido possível.

A febre é um sintoma que não ocorre em todos os cães, mas pode chegar à temperatura de 41ºC, seguida de desidratação. É importante salientar que existem casos de hipotermia ao invés de febre.
A desidratação deprime muito a condição geral, visto que todo o metabolismo fica comprometido. O animal perde a capacidade de absorver nutrientes, tais como proteínas, açúcares, gorduras e minerais, além de perder água, que é de vital importância.
Pode ocorrer anemia, devido à perda de sangue, com palidez das mucosas, que normalmente são rosadas, evoluindo para uma coloração mais esbranquiçada.

Além disso, pode ocorrer uma infecção bacteriana generalizada, pois as lesões que o vírus causa no intestino facilitam a entrada desses agentes infecciosos e sua consequente disseminação por via circulatória. Isso ocasiona focos de infecção em outros órgãos importantes, como o coração, por exemplo. Não é raro encontrar-se esse tipo de lesão nas paredes cardíacas, durante a necropsia.

Raças como os Rottweilers e Dobermanns possuem notadamente uma sensibilidade maior à ação do parvovírus canino, desenvolvendo um quadro clínico ainda mais grave e acentuado.
Existem outras enfermidades que acometem os cães que podem ser confundidas com a parvovirose, cursando com quadro gastrentérico grave, tais como algumas verminoses, clostridioses, salmoneloses, hepatites e cinomose.

Somente o médico veterinário pode efetuar o diagnóstico de forma precisa e instaurar o tratamento correto para seu animalzinho, portanto, evite opiniões alheias e procure um profissional de confiança quando da suspeita de alguma doença.


Tratamento da parvovirose canina



É necessário isolar o animal para evitar o contágio de outros indivíduos e, se possível, realizar o internamento clínico. O risco de morte é grande, os cuidados necessários são constantes e podem levar dias.

A identificação da doença pode ser sugerida por um exame de sangue (por meio dos quais são analisados os níveis de células de defesa - glóbulos brancos) e a maioria dos casos exige a internação devido ao alto grau de desidratação do animal, que só é revertida com a administração de fluidos e eletrólitos para reposição das perdas e manutenção da condição orgânica. Em casos mais graves, deve ser realizada a utilização de expansores plasmáticos para se evitar o choque hipovolêmico. Além disso, é instaurada antibioticoterapia e administração de fármacos antieméticos, no intuito de se evitar episódios de vômito, que debilitam ainda mais o animal.

Durante todo o tratamento, o animal não se alimenta, devido à perda do apetite, e o retorno à alimentação deve ser feito de forma gradativa, com dieta especial como, por exemplo, as rações de linhas de prescrição, que possuem uma absorção mais eficaz e auxiliam na convalescência.
recuperando-se de todos esses agravantes e voltando a ter imunidade, o cão volta a se desenvolver, porém pode ocorrer um atraso no crescimento e o aparecimento de algumas sequelas, as quais devem ser controladas geralmente por via nutricional. Muito raros são os casos em que o animal obtém a cura sem o tratamento adequado.

O resultado do tratamento depende muito do estado imunológico do cão, bem como do estágio ao qual a doença avançou e do tempo decorrido até que a ajuda médica tenha sido procurada. Só o medico veterinário está habilitado para realizar os procedimentos, portanto consulte sempre a opinião de um profissional antes de administrar quaisquer medicamentos ao seu animalzinho!

Como prevenir a parvovirose canina

As duas melhores maneiras de prevenir a doença são: higienização e vacinação.

1. Limpeza de ambientes infectados 
Limpe com água sanitária o local afetado para não infectar outros cães.
Caso saiba de algum foco de doença na região, a limpeza do local deve ser feita imediatamente, já que o vírus é capaz de ficar alojado durante meses no mesmo lugar.

Desinfetantes comuns podem não acabar com o parvovírus devido à sua resistência, então o mais indicado é usar água sanitária diluída numa proporção de 1:32 (4 colheres de sopa para uma garrafa Pet de 2 litros). O produto deve ficar sobre o local infectado durante 20 minutos antes de ser enxaguado. Além disso, existem outros produtos comerciais eficazes no combate à contaminação ambiental. Informe-se sobre eles com o seu médico veterinário de confiança.

2. Vacinação preventiva
A vacinação é a mais eficaz das medidas de prevenção, mas não elimina os riscos por completo.
No caso da parvovirose canina, devem ser ministradas 4 doses iniciais da vacina, com intervalos de 3 a 4 semanas entre cada administração.
Após terminado esse protocolo, deve ser realizado umreforço anualmente, ou segundo o critério que o médico veterinário adotar. É importante esse procedimento, visto que, durante os primeiros meses de vida, o animal possui um sistema imunológico dependente, quase que exclusivamente, dos anticorpos maternos adquiridos via colostro, assim, há um período em que o filhote é muito suscetível a doenças, enquanto a vacina não faz total efeito.
É importante se informar com o veterinário sobre o período exato em que se devem ter cuidados redobrados com o animal e administrar a vacina, pois esse tempo pode variar de acordo com a raça e pode durar de 6 a 20 semanas.

Obviamente, além desses métodos de prevenção, isolar o animal de outro que esteja infectado com a doença e fazer um acompanhamento médico a partir de qualquer contato que ele tenha com um animal infectado são essenciais para ajudar seu animal de estimação.
A parvovirose canina é uma doença com alta morbidade e em 80 a 85% dos casos leva à morte. Só você pode ajudar o seu cãozinho, prevenindo o contato com o parvovírus e tomando os cuidados necessários caso o seu pet esteja com os sinais clínicos da doença.

Até o momento, não foram relatados casos de contaminação da doença em humanos ou outros animais, sendo um risco exclusivo para cães.



O acompanhamento médico regular é essencial para garantir a boa saúde de um animal e evitar a manifestação de diversas doenças. Vá sempre a um veterinário de confiança.

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