É importante conhecer as principais doenças que podem afetar
os nossos pequenos felinos. Não hesite em pedir mais informações ao veterinário
assistente, bem como dirigir-se a ele caso note uma mudança de comportamento
suspeita no gato, que possa indicar dor, mal estar ou outras anormalidades.
Peritonite Infecciosa Felina (PIF)
É um vírus que contamina o abdômen, o fígado, rins, cérebro
e sistema nervoso, criando nessas zonas abcessos e infecções. A transmissão
pode ocorrer de duas formas: através do contacto do gato saudável com as fezes
de um felino contaminado (por exemplo, se existem vários gatos a partilhar a
mesma caixa de areia/W.C.) ou através da amamentação, em que a gata infecta as
suas crias. Perda de apetite, emagrecimento, anemia, diarreia, febre constante,
abdômen distendido, gânglios linfáticos aumentados são alguns dos sintomas.
Infelizmente esta é uma doença fatal para os gatos, não
existindo qualquer cura. Uma vez diagnosticada, poderão não viver muito mais
tempo. Aqueles que conseguem fazer frente à PIF, podem viver mais dois anos, no
máximo, com a ajuda de um tratamento de apoio.
Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV)
Afetando exclusivamente os gatos, o FIV é um vírus que
diminui drasticamente as capacidades imunitárias, o que proporciona o fácil
aparecimento de infecções e outras doenças.
É transmitido por um gato infectado, nomeadamente na
transmissão de sangue, sendo este gênero de contacto extremamente frequente
durante as lutas de gatos onde as mordidelas provocam feridas abertas. Podem
viver muitos anos (até cinco!) antes de se descobrir que são FIV positivos, mas,
se sintomas como falta de apetite, emagrecimento, febre, diarreia ou
dificuldades respiratórias persistirem, é melhor fazer o teste. Uma vez
transmitido, o vírus aloja-se no corpo para sempre. Não existe cura, mas podem
viver uma vida normal e longa, desde que o dono lhe proporcione uma alimentação
saudável e equilibrada, complementada com suplementos vitamínicos, lhe assegure
a vacinação sempre em dia, mantendo-se sempre atento à condição física e,
claro, mantê-los dentro de casa para não correr o risco de ficarem doentes e
para não poderem infectar mais nenhum outro gato.
Rim Policístico (PKD)
A Doença do Rim Policístico ou PKD (do inglês “Polycystic
Kidney Disease”) é caracterizada pelo surgimento de cistos no rim, causando
disfunção renal. A formação dos cistos ocorre ainda no período gestacional,
porém estes aumentam de tamanho com o passar do tempo e podem variar de 1 mm a
1 cm de diâmetro. Normalmente animais mais velhos apresentam cistos maiores e
em maior quantidade que animais mais jovens.
Alguns dos sintomas clínicos da doença são: depressão, perda
ou redução do apetite, sede demasiada, micção excessiva e perda de peso. Os
problemas começam com o crescimento dos cistos, que causam disfunção renal,
levando, finalmente, à falência renal. O diagnóstico pode ser feito de uma
maneira nada agressiva, por meio de ultrassonografia ou através de exames de
DNA. Aos 10 meses de idade o exame anatômico chega a 98 % de precisão, quando
realizado por veterinário experiente. Os exames de DNA são geralmente realizados
em gatos com 8 a 10 semanas, e têm 100% de confiabilidade, em qualquer idade.
Vírus da Leucose Felina (FeLV)
Tal como o FIV, também o FeLV é imunodepressivo, retirando
ao sistema imunitário, de forma gradual, a capacidade de se defender contra as doenças
ou infecções mais banais, podendo essas ser, muitas vezes, fatais.
Para além de um maior risco na contração de infecções
várias, o FeLV está também associado ao desenvolvimento de tumores ou leucemias
mortais. Este vírus, que só pode ser transmitido entre gatos, transmite-se pela
saliva, lágrimas, urina, fezes ou através do leite, na fase da amamentação.
A descoberta do vírus do FeLV é normalmente antecedida por
sintomas como: perda ou falta de apetite, anemia, diarreia, doença respiratória
crônica, infecções crônicas da boca, abcessos persistentes e recorrentes. No
entanto, cerca de 25% a 30% dos gatos contagiados rejeitam o vírus, evitando
assim a infecção; aproximadamente 30% mantém uma concentração elevada do vírus
no sangue, com o risco de contrair linfoma ou outra doença associada ao FeLV;
os restantes 40% desenvolvem uma infecção que acaba por passar, mas tornam-se
portador do vírus, que poderá ser facilmente ativado se o sistema imunitário
estiver debilitado ou exposto a outras doenças. Não existindo ainda qualquer
cura, dependemos dos cuidados paliativos e de alguns cuidados básicos como a
boa alimentação e alguns suplementos vitamínicos, evitar o contacto físico com
outros animais, não partilhar comedouros, bebedouros, brinquedos e caixas de
areia/w.c. e manter-nos dentro de casa. Em média, um portador deste vírus vive
dois anos, mas existem estudos que apontam para uma taxa de sobrevivência de
três anos e meio para cerca de 83% dos felinos.
Entretanto, existe uma vacina contra o FeLV que o seu gato
pode e deve levar. Informe-se junto do Veterinário.
Coriza
Sob esta designação generalizada existem duas viroses
responsáveis por sintomas idênticos, associados a patologia do sistema
respiratório. A infecção por calicivírus ou por herpesvírus pode provocar
lesões irreversíveis na mucosa respiratória com uma desidratação generalizada
intensa, podendo levar à morte dos pequenos gatinhos. Os gatos infectados já na
idade adulta tornam-se portadores crônicos deste vírus.
Panleucopénia
É uma doença viral provocada por um parvovírus que origina
uma leucopénia muito importante (diminuição do número de glóbulos brancos), bem
como uma diarreia aguda. Pode levar à morte dos pequenos gatinhos e, na fêmea
gestante pode provocar malformações irreversíveis nos fetos.
Leucose
É uma das principais causas de morte no gato. Esta doença,
provocada por um retrovírus, pode estar relacionada com uma situação de anemia,
aparecimento de tumores ou leucemia. Um despiste sanguíneo prévio à vacinação é
aconselhado para uma avaliação do estado do animal.
Raiva
A doença é provocada por um rabdovírus e transmitida por
mordeduras. A vacinação antirrábica dos gatos, em Portugal, não é uma medida
sanitária obrigatória.
Clamidiose
Esta doença provocada por uma bactéria é caracterizada por
conjuntivites severas e por vezes alterações pulmonares profundas. Em Portugal
existem inúmeras estirpes desta bactéria, tornando-se difícil a identificação
precisa do agente responsável pela doença.
Toxoplasmose
É uma doença parasitária na qual o gato pode atuar como um
dos hospedeiros do parasita (assim como o porco e a ovelha). Os últimos estudos
científicos demonstram que, respeitando as seguintes regras, o risco de
transmissão do gato ao homem é nulo:
Não alimentar o seu gato com carne crua ou mal cozinhada;
Eliminar, diariamente, as matérias fecais do caixote de
areia/W.C.;
Jardinar sempre com luvas calçadas;
Ferver a água não potável sempre antes da sua utilização.
Atenção: Este artigo é meramente informativo e não
substitui a consulta no médico veterinário. O(A) autor(a) e o Grupo Cachorros
Perdidos não se responsabilizam pela utilização indevida destas informações.
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